Prefeitos eleitos e reeleitos e suas desculpas.

Prefeitos Eleitos e Reeleitos: O Início dos Mandatos e a “Culpa” Pela Crise

Por Francisco Pontes, 31 de Janeiro de 2025, 18h30

Passado o frenesi das eleições de 2024, o que vemos no primeiro mês de trabalho dos prefeitos eleitos e reeleitos em várias capitais brasileiras é um cenário bem parecido: um caldo de desculpas, transferências de responsabilidade e, claro, um monte de promessas que não têm se cumprido, principalmente nas áreas mais sensíveis como saúde e educação. Quem acompanha a política sabe que a narrativa é quase sempre a mesma: “A culpa é da gestão anterior.”

Os prefeitos eleitos, que assumiram no começo de 2025, não têm economizado no discurso de vitimização. A maior parte deles já está culpando os prefeitos antigos pelos problemas financeiros e administrativos, principalmente no setor de saúde, onde hospitais estão paralisados e serviços essenciais estão em falta. Como se o fato de o prefeito anterior ter deixado a cadeira significasse que tudo de ruim se arrastou automaticamente para a nova gestão. E adivinhem? Quem paga a conta é a população, que continua sem atendimento digno e sem saber como lidar com a bagunça.

Já os prefeitos reeleitos, que chegaram ao segundo mandato, estão sentindo na pele o peso de continuar a mesma carruagem emperrada que pegaram no primeiro mandato. Eles, por sua vez, se escondem atrás de desculpas e tentam fazer de conta que a situação de crise já estava lá quando assumiram. Mas a realidade é que o segundo mandato é sempre um desafio maior, e, na maioria dos casos, até pior do que o primeiro. São poucas as exceções, e, sinceramente, essas são raras.

Não podemos negar que a política brasileira tem esse hábito de transferir culpas de gestão para gestão, sem muita preocupação com o que realmente interessa: resolver os problemas. E a população acaba ficando no meio disso, pagando o pato da falta de ação concreta dos políticos. E o que mais chateia é que, em vez de um esforço coletivo para fazer o país e as cidades avançarem, muitos prefeitos parecem estar mais preocupados em manter as aparências e garantir que os erros de seus antecessores sejam usados como muletas para justificar o fracasso.

Infelizmente, já sabemos como esse jogo vai se desenrolar, e a sensação de que a política sempre deixa a desejar é cada vez mais forte. O que fica é a promessa não cumprida, a saúde pública em crise, a educação sempre no fundo da fila e o povo aguardando por soluções que demoram mais do que deveriam.

O que falta é coragem para enfrentar os desafios, parar de culpar os outros e arregaçar as mangas para o bem da população. Será que algum dia isso vai mudar?

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